sábado, 22 de agosto de 2009

Soneto XIII

Bom, vou começar fazendo um link com o último post aqui do blog - não o meu último, mas sim aqule sobre a mídia. A questão é que o mundo inteiro enlouqueceu de vez. Não se fala sobre outra coisa na rua, o assunto está presente em todas as mesas, na hora do almoço e do jantar, na televisão ligada o dia todo, nos jornais, nos átomos de qualquer matéria. Estou me referindo a... PAN PAN PAN PÃÃÃN *rufam os tambores*... óbvio, Gripe do Porquinho, ê! Poderia discursar páginas e páginas sobre a atual pandemia, falando desde as mudanças no nosso cotidiano, passando pelas consequências políticas e econômicas da situação e finalizando espetacularmente com a Teoria da Conspiração Suína. Contudo, eu juro que não vou fazer isso. Estou passando essa responsabilidade pros meus colegas que aqui também postam, aqueles que são mais políticos, conscientizados e revolucionários que eu.
Ao invés disso, vou me ater a um soneto (lindo, lindo, lindo) e, obviamente, Parnasiano. Porque não existe nada que se encaixe melhor nessa situação de caos mundial do que um belo poema completamente alienado aos problemas da atualidade e do resto do universo. E, claro né, nada mais a minha cara =). Aproveitem aí.

XIII

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

Olavo Bilac